terça-feira, outubro 20

Tanzânia cita medidas para combater assassinato de albinos


O representante da Tanzânia junto às Nações Unidas afirmou que o governo do país está tomando medidas para combater o assassinato de pessoas com albinismo.

Em entrevista à Rádio ONU, o embaixador Tuvako Manongi citou a punição aos responsáveis por tais crimes, o trabalho com líderes religiosos e comunitários além da educação nas aldeias.

O 1º Dia Mundial de Consciencialização do Albinismo foi assinalado no dia 13 de junho deste ano.
Na altura, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, afirmou que a data era "uma oportunidade de celebrar os talentos e conquistas das pessoas com albinismo e de união à luta contra os desafios que eles enfrentam”.

Em mensagem, o representante declarou que em todas as sociedades, bebés nascem com albinismo por causa de genes recessivos em ambos os pais. Entender como é o funcionamento desta alteração genética contribui para a desmistificação da mesma entre a população. 

Destaca ainda que em todo o mundo, essas crianças têm “grande probabilidade de enfrentar assédio, preconceito e até violência por conta de estereótipos baseados na cor de sua pele”.

Em junho de 2015, o Conselho de Diretos Humanos da ONU nomeou Ikponwosa Ero como a primeira especialista independente sobre os direitos humanos das pessoas com albinismo.

Especialista da ONU faz apelo urgente contra ataques a albinos na África

Ikponwosa Ero

A especialista em direitos humanos das Nações Unidas, Ikponwosa Ero, lançou na quinta-feira um apelo urgente por ação coordenada na África Austral e Oriental para combater o aumento nos ataques a albinos.

Ela alertou que "há um aparente aumento na demanda por partes dos corpos de pessoas com albinismo, que foi relatado no período que antecede eleições em diversos países africanos".

A primeira relatora independente da ONU sobre os direitos humanos das pessoas com albinismo afirmou que estas estão entre as mais vulneráveis da região.

Ero destacou ainda o "estigma e a discriminação" contra estes indivíduos e "séculos de negligência crônica à sua situação".


Segundo a perita, a "aflição" destas pessoas foi atualmente "agravada pelo medo constante de ataques por elementos, incluindo familiares, que valorizam as partes do seu corpo mais que sua vida". 

A representante afirmou estar  "profundamente preocupada com o padrão altamente perturbador de aumentos nos ataques quando ocorrem eleições na região".

Isso acontece devido a uma crença popular onde se acredita que uma pessoa pode ficar muito rica ou ter muita sorte se tomar uma poção com partes do corpo de um albino.

Ero pediu aos governos afetados que "tomem medidas específicas em caráter de urgência", principalmente através de colaboração regional e internacional para pôr um fim a estes "crimes abomináveis". 

Ela também sugeriu que "todos os atores políticos a garantir que os seus candidatos e apoiantes não estão associados direta ou indiretamente em tão graves violações dos direitos humanos".

Desde que a especialista independente tomou posse em 1º de agosto foram relatados ataques em 6 países da região.

Estes incluem o caso de um queniano com albinismo de 56 anos que foi atacado e teve as partes do corpo decepadas e não resistiu aos ferimentos.

Um mês antes, os restos do corpo desmembrado de uma mulher com albinismo de 20 anos foram encontrados numa cova rasa próxima da sua vila em Phelandaba, na África do Sul. A maioria das partes do seu corpo e da sua pele estavam em falta.

A especialista saudou a rápida reação das autoridades sul-africanas, que levaram à condenação de dois envolvidos a 20 anos de prisão.

segunda-feira, setembro 28

Mulher albina tem benefício do INSS suspenso em Goiás

Dona Edinair (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

Com problemas graves de visão em função do albinismo, a dona de casa Edinair Francisca da Mata, de 31 anos, afirma que não tem condições de trabalhar e depende de um benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para sobreviver, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. No entanto, o auxílio-doença foi suspenso neste mês, depois que a perícia alegou que ela não atende aos requisitos de incapacidade.

Para piorar, ela não consegue recorrer em função da greve dos servidores, iniciada no último dia 7 de julho. “Moro de aluguel, o [valor] daqui já é puxado. Para mim está sendo difícil porque o dinheiro que eu tenho mensalmente, tinha, aliás, era esse salário. Hoje não tenho nada. Estou vivendo com a ajuda de conhecidos”, lamenta a dona de casa, que tem uma filha de 7 anos.

Quando solicitou o auxílio-doença, há 12 anos, Edinair morava em Iporá, a cerca de 170 km de Rio Verde. Por isso, no último dia 1º de setembro, ela teve que ir até o município para passar pela perícia. Mesmo com a paralisação, ela foi atendida.

“A perita olhando para a gente já reconhece o problema de cada um de nós. Se ela tivesse um pouquinho de consciência veria isso. Ela falou que por ela estava tudo certo, mas a carta que eu recebi era falando que [o benefício] estava recusado por ela”, conta Edinair.

De acordo com a beneficiária, o documento expedido informa que ela não preenche os requisitos estabelecidos para receber o auxílio-doença.

Com isso, Edinair teme ficar sem o benefício definitivamente. O problema é que não consegue entrar com um recurso, já que não tem condições financeiras de voltar a Iporá, e os atendimentos estão suspensos em Rio Verde por causa da greve.

O INSS confirmou que o auxílio doença da dona de casa passou por revisão, como foi determinado pelo Tribunal de Contas da União. De acordo com o órgão, a suspensão do benefício ocorreu porque ela não atendeu aos requisitos de incapacidade para o trabalho durante a perícia.

O órgão destacou que mulher tem até quinta-feira (24) para apresentar defesa. Apesar da greve, o INSS a orientou a entrar em contato pelo telefone 153 ou pelo site do Ministério da Previdência Social.

Por conta da condição genética, que provoca problemas de visão, Edinair diz que quase não enxerga. A dona de casa possui um laudo de um oftalmologista atestando a deficiência visual. Além disso, há cinco anos, ela também faz tratamento com a dermatologista Angélica Gonçalves. A médica afirma que a paciente não tem condições de trabalhar.

Segundo a dermatologista, “ela precisa sempre, regularmente estar em tratamento, fazendo cauterizações, muitas vezes cirurgias que a gente faz para a manutenção da qualidade da pele”.

[Fonte: G1/TV Anhanguera]

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