segunda-feira, setembro 28

Mulher albina tem benefício do INSS suspenso em Goiás

Dona Edinair (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

Com problemas graves de visão em função do albinismo, a dona de casa Edinair Francisca da Mata, de 31 anos, afirma que não tem condições de trabalhar e depende de um benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para sobreviver, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. No entanto, o auxílio-doença foi suspenso neste mês, depois que a perícia alegou que ela não atende aos requisitos de incapacidade.

Para piorar, ela não consegue recorrer em função da greve dos servidores, iniciada no último dia 7 de julho. “Moro de aluguel, o [valor] daqui já é puxado. Para mim está sendo difícil porque o dinheiro que eu tenho mensalmente, tinha, aliás, era esse salário. Hoje não tenho nada. Estou vivendo com a ajuda de conhecidos”, lamenta a dona de casa, que tem uma filha de 7 anos.

Quando solicitou o auxílio-doença, há 12 anos, Edinair morava em Iporá, a cerca de 170 km de Rio Verde. Por isso, no último dia 1º de setembro, ela teve que ir até o município para passar pela perícia. Mesmo com a paralisação, ela foi atendida.

“A perita olhando para a gente já reconhece o problema de cada um de nós. Se ela tivesse um pouquinho de consciência veria isso. Ela falou que por ela estava tudo certo, mas a carta que eu recebi era falando que [o benefício] estava recusado por ela”, conta Edinair.

De acordo com a beneficiária, o documento expedido informa que ela não preenche os requisitos estabelecidos para receber o auxílio-doença.

Com isso, Edinair teme ficar sem o benefício definitivamente. O problema é que não consegue entrar com um recurso, já que não tem condições financeiras de voltar a Iporá, e os atendimentos estão suspensos em Rio Verde por causa da greve.

O INSS confirmou que o auxílio doença da dona de casa passou por revisão, como foi determinado pelo Tribunal de Contas da União. De acordo com o órgão, a suspensão do benefício ocorreu porque ela não atendeu aos requisitos de incapacidade para o trabalho durante a perícia.

O órgão destacou que mulher tem até quinta-feira (24) para apresentar defesa. Apesar da greve, o INSS a orientou a entrar em contato pelo telefone 153 ou pelo site do Ministério da Previdência Social.

Por conta da condição genética, que provoca problemas de visão, Edinair diz que quase não enxerga. A dona de casa possui um laudo de um oftalmologista atestando a deficiência visual. Além disso, há cinco anos, ela também faz tratamento com a dermatologista Angélica Gonçalves. A médica afirma que a paciente não tem condições de trabalhar.

Segundo a dermatologista, “ela precisa sempre, regularmente estar em tratamento, fazendo cauterizações, muitas vezes cirurgias que a gente faz para a manutenção da qualidade da pele”.

[Fonte: G1/TV Anhanguera]

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